Virgínia Leone Bicudo

(1910-2003)

Interesses de pesquisa

Relações étnico-raciais, Psicologia, Psicanálise.

Virgínia Leone Bicudo nasceu em 1910, na cidade de São Paulo. Formou-se em 1930 no magistério na Escola Normal Caetano de Campos na capital paulista e iniciou sua carreira na área de Saúde Mental como educadora sanitária, momento de início de sua relação com a Psicologia e a Psicanálise. Graduou-se em Ciências Sociais e Políticas pela Escola Livre de Sociologia e Política em 1938. Em 1945, defendeu a primeira a tese de mestrado sobre relações raciais no Brasil sob o título Atitudes Raciais de pretos e mulatos em São Paulo e logo em seguida integrou o quadro de professores da ELSP como assistente nas disciplinas de Higiene Mental e Psicanálise. Em 1953, realizou a pesquisa Atitudes dos Alunos dos Grupos Escolares em Relação com a Cor dos seus Colegas, fruto da sua atuação na equipe do Projeto Unesco-Anhembi e publicado em 1955. Em 1954, foi contratada pelo Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP e na década de 1970 fundou o Instituto de Psicanálise da Universidade de Brasília, onde também foi docente. Após a década de 1950, Virgínia se dedicou ao campo da Psicologia, Psicanálise e saúde mental, desenvolvendo trabalhos como o livro intitulado Nosso Mundo Mental.

Livros

Atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo. Edição organizada por Marcos Chor Maio. São Paulo: Sociologia e Política, 2010.

Dissertação de mestrado

Estudo de atitudes raciais de pretos e mulatos em São Paulo. São Paulo, 1945. 71 f. Dissertação (Mestrado). Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, 1945

Artigos e Papers

“Atitudes Raciais de pretos e mulatos em São Paulo”. Sociologia: revista didática e científica, vol. IX, n. 5, pp.195 – 219, 1947.

“Contribuição para a história do desenvolvimento da psicanálise em São Paulo” Arquivos de Neuro-Psiquiatria, vol.6, n. 1, pp.69-72 , 1948.

“Contribuição ao estudo das condições de trabalho e da personalidade de mestres de indústria em São Paulo”. Sociologia : revista didática e científica, vol. 11, n. 3 , pp. 380 – 399, 1949.

“Sobre a contribuição de Roger Bastide à psicologia social”, Revista do Instituto de Estudos Brasileiros; n. 20, 168-170, 1978.

“Introdução aos comentários sobre a peça Édipo Rei “. Literatura e Sociedade, vol. 12, n.10, pp. 190-202, 2007. [Publicado originalmente na Revista Brasileira de Psicanálise, vol. 1, n. 2, 1967].

“A mensagem de ‘Roda-viva’.” Jornal de psicanálise. vol.52, n.96, pp. 87-98, 2009. [Publicado originalmente na Revista Brasileira de Psicanálise, vol. 2, n. 2, 1968].

“Incidência da realidade social no trabalho analítico”. Revista Brasileira de Psicanálise vol. 50, n.1, pp. 73-92, 2016.

Capítulo de livros

“Atitudes dos alunos dos Grupos Escolares em relação com a côr dos seus colegas”. In: Roger Bastide, Florestan Fernandes. Relações raciais entre negros e brancos em São Paulo: ensaio sociológico sobre as origens, as manifestações e os efeitos do preconceito de côr no município de São Paulo. São Paulo: Editora Anhembi, pp. 227-310, 1955.